Nesse contexto, a prática da atividade física deixou de ser uma opção e se tornou uma obrigação de todo aquele que almeja ter qualidade de vida.

Então, uma vez sabendo que só há benefícios, tanto físicos quanto psicológicos, para todos os que criam esse hábito de vida saudável, por que ainda hoje, tantas e tantas pessoas perecem, principalmente em seus últimos anos de vida, por problemas relacionados à falta de aptidão física?

DESINFORMAÇÃO?

Realmente não acredito que atualmente, com todos os avanços tecnológicos dos quais dispomos, com o acesso tão simples a quase que qualquer tipo de informação, alguém possa alegar a falta de conhecimento quando falamos sobre atividade física e seus benefícios, portanto, outras são as razões que impedem esse aprimoramento da saúde.


PREGUIÇA, FALTA DE TEMPO?

Acho que essa é uma das principais desculpas que escutamos enquanto educadores físicos: "não tenho tempo, tenho preguiça, etc e etc". O que ocorre é que a atividade física deve ser um hábito, ou seja, ela deve ser inserida no cotidiano das pessoas, da mesma forma que temos o horário do almoço ou a hora do jornal. Enquanto a prática da atividade física for tratada como um adendo ao seu dia "super cheio, cansativo e tumultuado", você vai continuar a entender que se exercitar é algo extra, portanto, FORA das sua obrigações e compromissos diários e só esse pensamento limitante já cansa.

DORES?

Não! Não estou falando de dores físicas, apesar delas também existirem, mas as dores as quais me refiro, são as da alma, que adoecem e matam.

Lembram quando ali em cima comentei sobre o entendimento e empatia quanto a dor das pessoas e principalmente, quanto àqueles que nos buscam como profissional? A DOR de uma pessoa é aquilo que a parte em mil pedaços. A dor é o que geralmente não se percebe aos olhos, mas somente por meio de uma análise profunda e calma, por isso, ela é certamente o elemento que a pessoa mais esconde do seu desejo.

Fato é que por vezes sua manifestação é tão profunda, que a própria pessoa não possui a dimensão exata de sua proporção e identificá-la pode sim ser o diferencial entre alcançarmos ou não nossos objetivos quando o assunto é atividade física.

Ao contrário do desejo, que tende a ser latente, geralmente explícito, específico, dores são intrínsicas, sorrateiras e subjetivas, por isso, ser um educador físico requer além de conhecimento prático e qualificação profissional, sensibilidade para alcançar aquilo que muitas vezes não permite o êxito do aluno.

Dito isto, tenha em mente que as dores PRECISAM ser entendidas. Nem sempre quem busca a atividade física em si, quer, a princípio, ganhos físicos. Muitos, mas muitos mesmo, querem alguém com quem conversar, relacionamento social, trocas. Ao longo desses anos falei muitas vezes que as vezes me sentia muito mais Psicóloga do que Educadora Física. Erroneamente, na minha imaturidade, acreditei que corpo e mente poderiam em algum momento se separar. Fato é que ao longo do tempo percebi que a saúde mental, que é tão importante quanto a saúde física, também pode, e será proporcionada a partir dos exercícios. Me adequei, aprendi enquanto ensinei, criei laços, fiz amizades, colaborei com a mudança de vidas e óbvio, me realizei.